terça-feira, 27 de março de 2012

Indiscrição


Ela era assim, era desencanada, liberta, sorria, bebia, falava um ou outro palavrão e claro que se sentia incrivelmente segura de si.
Havia algumas coisas que ainda á tentada em levar pra casa : um cachorro sujo na rua, um cachorro ex namorado, um cachorro menino de 17 que quando ela passava na rua babava...mas nada naquela determinada fase nada á deixava mais tentada do que o cachorro príncipe da adolescência, hoje melhor amigo dos e- mails expedientes, quase que uma relação cotidiana de horário comercial...
Não havia muita cerimonia, brincavam sempre com frases , piadas , cantadas clichês e prontas,eram donos de carisma próprio ,ela como fogo na brasa,ele como magma do vulcão...mas claro, falavam mal da vida alheia, sorriam com coisas simples, ela complexa, uma relação de hiato , ele á escutava, á aconselhava, oferecia apoio, oferecia ombro e ela queria tudo.
Ele podia ter um caos em casa, um caos na empresa, um caos no coração, mas não... ele não transportava o caos ...
Simples, eram amigos o bastante pra falar sem pensar, pra digitar sem correção ortográfica, pra se expressar sem dó, eram livres, desencanados...
Mas as brincadeiras de sentidos dúbios, plantaram a vontade.
Ela dormiu, sonhou com o sexo, com o beijo, com o gozo.
Ela riu, se culpou bastante e depois não se culpou em nada...
o chuveiro , Norah Jones... testemunhas de um prazer solitário que balbuciava apenas o nome dele.
Mas era segunda feira, ela não podia levar á diante tanto tesão, existiria uma linha tênue entre carinho, amizade , respeito e desejo? não podia definir o que queria, queria beija-lo, mas não queria ...queria tudo com ele, mas não queria nada, queria gemer fincar as unhas no travesseiro ... e por conta disto arrumou as gavetas de lingerie.
Mas tá, era terça feira...ela ousou.
Ele foi além:
- você separa discrição de indiscrição comigo?! eu não separo com você.
Segredo revelado. Desejo ardendo.
Estava tentada.
Com fome
Com sede...
Ela olhou o celular, uma mensagem, uma risada...
ela sabia, poderia deixa-lo entrar...ah poderia.


segunda-feira, 12 de março de 2012

Para o moço mais bonito ...

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quinta-feira, 8 de março de 2012

Pela luta cor de rosa - Feliz dia INTERNACIONAL DA MULHER!

São negras, pardas, orientais, brancas...
Consideradas o sexo frágil...
Mas fragilidade é o que menos...
Encaixa-se em suas vidas...
Cadê a sua fraqueza...
No momento da gravidez?...
Onde anda sua debilidade...
Quando como uma leoa...
Luta por sua cria?...
Será porque chora!...
Quando sente a falta de carinho...
Ou sua fraqueza é dosada...
Nos momentos em que ela...
Em sua sanidade...

Batalha por seus objetivos...
Cadê a fragilidade!...
Que tantos bradam...
Será que é na insanidade?...
De quando luta por seus direitos...
E não respeitar os preconceitos...
Ou quando num momento de adversidade...

Esquece as divisões...
E procura com palavra amiga...
A força da união...
Tímida talvez...
Mas não frágil...
Hoje século vinte e um...
Continua meiga, carinhosa...
Otimista, política...
Persistente e companheira...
Nunca deixou de ser mãe...
Útero do planeta...
Reverencio vocês...
Mulheres Guerreiras...
Pois coragem é algo...
Pertinente a vocês...

domingo, 4 de março de 2012

Conto do Milagre de ser Mulher.

Olhava-se no espelho, mas não conseguia enxergar o que de verdade era. Os cabelos muito curtos parecia não combinar com o que dizia sua alma. Muito menos as roupas, uma camisa grande com estampas e um calção de jogador de futebol. Era tão esquisito se olhar. Tanto, que evitava os espelhos, melhor ser, sem ver.
 Lembrava-se de quando era menor... Parecia, a primeira vista, igual a todos os meninos da rua. Mas mesmo parecendo, sentia-se diferente. Apesar de adorar brincar de bila, de subir em árvores, de peão... Quando brincava sentia-se tão igual. E por que, às vezes, tinha a sensação de estar usando disfarce? Por que não lhe saía da alma essa estranheza? Que escondia de tão profundo? De que se disfarçava? Não se dava conta. Apenas pressentia...
 Hoje, ao olhar-se no espelho, sentia um profundo incômodo ao ver sua imagem. Mais do que sempre. E sempre que se sentia assim, lembrava do que sua mãe sempre lhe dizia: é para sua segurança, você ainda vai me agradecer. O mundo é muito perigoso. Não sabia, a sua mãe, que perigoso é não viver é não ser é não se ver. E por amor a sua mãe, cresceu carregando na alma, a culpa de ser o que se é.
 Mesmo com toda a culpa, sentia uma necessidade vital de rebelar-se, arrancar aquele disfarce, despir-se do não ser. Percebia que estava chegando a hora. Seu corpo, num gesto de cumplicidade, fez-lhe conhecer um segredo há muito guardado, porém esperado. Sentia pulsar seu sexo, seu sexo tão proibido, tão negado. Agora, num gesto de rebeldia, expulsava todos os ‘nãos’, em forma de sangue. Sangue vermelho, vermelho da paixão, do Cristo feito mulher. Extasiada, arrancou a roupa do corpo, acariciou seu sangue, passou-o por todo o seu corpo. Tocou seu sexo e chorou, chorou... Chorou pelo milagre de se fazer mulher.
 E num impulso de vida, correu nua, por toda a casa, até encontrar sua mãe e, vendo o medo em seus olhos, mostrou-lhe as mãos limpas com o sangue, seu sexo e lhe disse com toda a certeza d'alma: Sou mulher, não tá vendo?
A mãe chorou, era verdade , ela era mesmo uma mulher.


E já passou ,
eu não sou mais tão menina, você também não.
E toda minha teoria de amor eterno morreu nos últimos meses.
Aprendi que ser de alguém é bem maior do que o que dizem, e
percebi quão vantajoso pode ser não ser de mais ninguém.
Eu chorei muito, você sabe que não sou de chorar,
não vejo em você o homem da minha vida, não vejo em você um namorado
vejo em você uma doce lembrança de um tempo em que eu acreditava na beleza das paixões,
na veracidade dos sentimentos.
Vejo você exatamente como é, lindo, lindo, lindo como sempre foi...
Eu vejo você, meu Deus, eu vejo você com olhos de quem entende, entende das metades e do inteiro.
Eu entendo quem você é, gosto do que você é.
E claro, gosto do que representou em minha vida e do que hoje representa e afirmo: não somos mais o mesmo.
Essa convicção é tão grande que hoje não te quero pra mim, não quero teu beijo, não quero teu corpo no meu, não quero nada mais do que... o abraço que me fez sorrir sozinha durante meu banho silencioso da madrugada.
Eu sou uma mulher com o coração partido, mas não estou vulnerável, pelo contrário, estou em alerta , não quero mais sentir isso que sinto agora, essa dor latente na alma, de ter que assumir que mais uma vez : não deu.
Mas ainda vejo você... lindo, lindo, lindo como sempre foi...
por isso te faço um pedido,
agora que sei que vai sobrar tempo e espaço pra sofrer,
fica por perto?
me dá aquela seu abraço esperto,
me faz rir de coisas tolas, com aquele humor nosso (humor negro, rápido e rasteiro)
me faz ...me faz o favor de não deixar de existir agora, não suma e venha sem demora...
eu não quero um homem pra chamar de meu,
seja o que vai puxar minha orelha , seja um amigo,seja ainda o que é , e seja o que queira ser...
não quero chorar mais, eu quero rir, tomar vento na cara de madrugada.
Eu quero ter o prazer de vivenciar toda louca experiência , que minha vã consciência jamais me permitiu.


Eu só quero...te ver passar:
lindo, lindo como sempre foi.
Obrigada, por ser uma pessoa digna da minha saudade...