domingo, 30 de outubro de 2011

E por me amar demais...

Mereço da vida o melhor. Não por ser eu alguém especial pro mundo, mas por ser eu alguém especial pra mim. Por isso me dou de presente a paz, a alegria e o amor. Brindo a mim mesma com o olhar de aprovação pelo que sou.
Eu me amo intensamente. Gosto de cada parte de mim, e mesmo assim, sou mais a cada dia. Pode parecer uma incongruência melhorar a medida que passam os anos, mas é assim que acontece comigo. Sou hoje melhor do que ontem e amanhã ainda mais.
Recebo amor onde quer que eu vá. De mim mesma e de quem me rodeia. Carinho, palavras, atitudes estão por toda parte. E são sinceros, sem interesses vinculados ou verdades ocultas. São porque são, porque eu mereço. Porque quem está do meu lado recebe de mim nada menos que isso, nada menos que o melhor de mim.
A vida é assim. Fluxo e refluxo. Quando você está pronto a dar o melhor de si, o mundo se ordena para receber. Equilíbiro. E em cada passo, você recebe o melhor do mundo. Abra o seu coração.
Eu amo a pessoa no espelho. Amo os sinais do tempo e o brilho do olhar. Amo aquela que se constrói a cada dia. Amo minha alma. E o universo me acolhe e conduz.
Minha estrela brilha mais a cada manhã. Quem tiver olhos que veja.


quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Pois é. De repente veio o incômodo (e o desejo de não pensá-lo) relacionado àquela discussão quanto ao ato de maquiar as sensações passadas. Talvez porque elas vieram - e de modo muito covarde, eu diria. Eu e a facilidade de apagar os momentos - por vezes temporariamente, outras não. Eu e as atitudes levianas ou indiferentes. Eu e momentos apáticos e momentos vazios e momentos tão nítidos. Eu e o (i)mundo que veio arrasando tudo e me roubando o bom/bem.

Eu e a certeza e que preciso renovar meus óculos.


segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Um dia, um Adeus...mas foi melhor por que você me machuca demais.

Você me machuca. Você me machuca e não faz ideia de que o faz, pelo simples fato de que eu jamais vou te dizer isso. Você vai rir na minha cara e me dizer pra deixar de levar tudo tão a sério. Por mim, você não vai mudar. Sei disso porque sei que as pessoas não mudam, jamais, nem mesmo por quem se ama. As pessoas não mudam.

Sabe, já me disseram pra não nos levar sempre a sério. Essa mesma pessoa já me disse pra não guardar esse tipo de coisa pra mim, pra não ficar com sentimento de frustração amordaçado aqui no peito mas olha, não dá pra te contar isso. Você nunca vai entender. Vai fazer sua careta tão fofinha e convincente de sou-super-legal-todo-mundo-me-ama-incondicionalmente-e-eu-sempre-tenho-a-razão-em-tudo. Vai dizer que eu é que sou agressiva, eu que te ataco, que eu te ignoro, e vai perguntar : porque você fica assim? E isso me dói, dói, dói, me dói inteirinha, me rasga os órgãos e me aperta o cérebro e me faz querer gritar com você mas eu finjo de surda e penso que eu ainda te amo, que eu ainda te quero bem e que o que você disse não é nada e que eu é que sou a exagerada da história.


O engraçado é que eu faço isso porque você me pediu. Pediu para não ser assim, não te atacar, não ser agressiva. Nunca percebeu que toda vez que eu te atacava, era na verdade um contra-ataque. Uma defesa. Pois agora você me pediu, e estou sem defesas, sem um escudo cheio de espinhos para me proteger de você. E você continua me machucando, e eu acho que é porque eu não te pedi para não ser assim, ou porque você entendeu que é assim que deve me tratar, ou porque você acha o máximo me tratar assim. Não importa, o fato é que você faz isso.


Me desculpa por dizer isso assim, meu bem-querer, não quero que você nunca descubra que a pessoa deste texto é você, e se você descobrir, espero o seu perdão. Mas olha, você me machuca ao ponto de eu escrever um texto só sobre isso.

Você me machuca demais.


...e eu te amo.

sábado, 15 de outubro de 2011

Eu sou

Sou a luz dos seus olhos
que brilha no escuro
O cais onde me abrigo
Meu porto seguro
sou o sorriso em seus lábios
O calor do seu corpo
A vontade mais intensa
De tudo que sinto e não vejo,
Sou seu segredo mais perfeito
O que sempre quis e não tive
A vontade que em si reside
E que a todo instante em mim revive
Sou seu desejo mais secreto
A saudade que te prnde
O encantamento de meus dias
A chama que acende
e Nada mais posso sonhar
além de estar na sua vida
O meu infinito desejo de te amar

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Ela era nova...

Naty escrevia por inveja. Tudo que lia, mesmo que lindo, soava, pra ela, como um insulto, um desafio. Naty ainda era nova, tinha a idade em que as pessoas exibem os livros na prateleira e se sentem mais felizes por tê-los do que por lê-los.

Naty era tão nova que achava que sexo tinha a ver com amor e que cinema parecia verdade. Ela tinha um caderno onde escrevia suas coisas. A essas coisas, Naty deu o nome de arte. Ela mesma não sabia se, por ousadia, ou falta de criatividade.

Quando o caderno dela acabava, ela o guardava em algum lugar escondido, mas tinha certeza que, assim como segredos,
isso também era algo que guardava pra mostrar algum dia. Aliás, Naty era tão nova que ainda acreditava que amanhã, ou depois, ou não sei, qualquer coisa magnífica aconteceria.

Coitada da Naty, ela era tão nova...


... ela não sabia de nada da vida, e hoje ainda não sabe metade.

domingo, 9 de outubro de 2011

da dor e outras drogas

O relógio gritava uma hora tarde qualquer. Aquelas horas sempre bem vindas da madrugada tiravam-lhe o sono e o juízo. Era engolida por um desejo suicida ordinário, vontades de gargantas arranhadas e desmesuras passionais que se repetiam a cada instante incontável, a cada piscar de olhos, a cada pensamento intrigado e talhado de verdades. E quando aquela castanhura sorridente dos olhos de Josephine suplicava-lhe descanso, outro precipício se abria no meio daquele mundo de ardências e pequenos desesperos indecentes. E da candura de olhos esverdeados surgia uma criatura diferente, bestificada e avassaladora, de pele posta em brasa e semi-sorriso de caninos à mostra. Josephine, petrificada, sentia doer a curva do corpo, uma vergonha que se dissipava com a dor e cedia espaço ao desespero ruborizado que a violação provocava, rogando em prece ácida e ofegante que a morte não chegasse, que o suplício se estendesse vida afora - mar adentro - para que sentisse de verdade o que era a carne. E o inferno a consumia de dentro para fora, como se ele, o demônio, a devorasse pelo avesso. E se olhava nos espelhos dos olhos profundos de Josephine, lugar de memórias de tempo presente, anunciando a morte quente e violenta que colocaria, enfim, um sorriso cretino naquele rosto vermelho de atrocidades de amor. 

Postado por Nina

Originalmente publicado em http://umaestranhanolivro.blogspot.com/


sábado, 8 de outubro de 2011

Teu corpo

Do teu corpo um mapa,
teu corpo que me leva ao meu.
Teu corpo...
Teu corpo é raiz
rasgando a terra nua
do meu sexo
Teu corpo é vertical
onde os meus dedos tocam as distâncias
desses milimetricos deleites em forma de poros,
Teu corpo é diálogo sem palavras
O grito em ressonância
no meu espaço.
É tudo que eu preciso agora,
é tudo que por mim é mais amado.

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Vazia

Com a alma desnuda...alma despida.
Mãos já vazias, que silenciam nos lábios as palavras...
escuro aqui, minha luz que se acaba.
Sombras que envolvem , tudo e nada.
A leve nostalgia de tempos, passados...
A lágrima agora que cai,
em ecos,
que o vento transporta...
Nesta dolorosa,
pausa.