quinta-feira, 19 de maio de 2011
calendário
Vem, olha o calendário - olha o meu calendário. É noite de lua. É dia de maré alta e me encontro transbordada no revés do tempo atravessado e sem juízo. Atomizo o desvio, a dúvida, o medo. Pressuponho atrito, verdade, quimera. [Des] alinho-me. Liquefaço-me na cor que derramas dos olhos, no que não me dizes em sussurros bonitos e nas perturbações labirínticas e extasiantes. Confino-me no invólucro que te cobre os braços e me liberto pelos teus poros - porque te deixo impregnado e transpirante. E tu me reabsorves na ponta da língua-fera, embebedando-se de maresia lunar e violenta. Tu, homem do mar, me faz crer infinita, azul, fértil, ondulante. Então vem depressa e olha de novo o calendário - é nele [e em ti] que encho minhas marés.
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Não me canso de apreciar tuas formas e tuas letras...a fertilidade transborda teu ser.
ResponderExcluirFértil, azul, infinita... [que bom que vc gosta...]
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