domingo, 23 de janeiro de 2011

Blá Blá do Babado!

"I kissed a girl and I liked it
The taste of her cherry chapstick
I kissed a girl just to try it
I hope my boyfriend don't mind it"
(Katy Perry)
 
Estava afim de falar aqui no CM sobre o babado! yeah, admito que amo e sou uma garota do babado! traduzindo uma das milhares de interpretações que podem ser dadas á palavra,  "BABADO" nada mais é que ser depojadamente descolado , naturalmente livre e louco!
Acredito que muitos aqui já tenham escutado tal expressão" - ai ele é do babado! " principalmente em rodas GLSBT, mas nesse caso se referem ao gênero , ao sexo ... e é bem disso que eu queria falar ! Danadenhaaa
and sacaninha ?!
E a vontade de falar de homem e mulher , e como seria a inversão desses gêneros , nasceu de um papinho com amigos, pois bem, a conversa resultou em muita risada, com aquelas que diziam querer ser homem pra poder fazer xixi em pé, pra poder não ligar no dia seguinte, pra poder pegar geral e não pegar má fama. Meus amigos diziam que queriam ser mulheres pra não precisar abrir a porta do carro (COMO É?), mas enfim… Então, vamos à minha reflexão. Na próxima encarnação, se eu pudesse escolher, voltaria como?
Nós, mulheres, não nos arrumamos para eles. Para elas, nos vestimos, para eles nos despimos (essa frase é de alguém famoso, de quem não lembro). Joga pedra, xinga minha mãe (não), mas é verdade.
Homem não vai reparar. Por mais cavalheiro que seja, não vai reparar. A não ser que você coloque uma saia-cinto, uma micro-blusa e três quilogramas de piercing no umbigo, ele não vai reparar (e esse modelito ele notará antes de te mandar trocar). Eu, pessoalmente, estou muito feliz com esse fato, porque sou super enjoada com roupas e odeio repetí-las. É legal saber que, se eu repetir, ele não vai notar. Amém.
Maquiagem é o momento em que a mulher se acha uma artista. Ok, muito bonito, muito idealista. A verdade é que mulheres sempre vão achar um defeito em si mesmas. Se não achar, é porque é fútil, egocêntrica e com síndrome de perfeição. Népornadanão. E salto alto… Precisa dizer? É uma tortura, a PIOR tortura. Mas nem a maior das dores paga a alegria de se olhar no espelho e ver aquele scarpin lindinho no seu pé mais lindinho ainda. Por isso usamos tais câmaras de tortura sapatos. Reclamar da dor no ouvido do namorado/amante/amigo/marido/etc é ridículo (para isso existem as amigas).
Agora, uma coisa que um amigo comentou me intrigou. Com a permissão dele (da qual ele não tem conhecimento, ainda), vou transcrevê-la aqui, para fazer meu comentário: “Faz parte de ser homem: Proteger sua mulher, buscá-la, levá-la em casa, pagar metade da conta ou integralmente, ser cavalheiro e gentil sempre que der, ajudar em casa (esse negócio de mulher no fogão é coisa do passado), aguentar suas TPMs (maioria das vezes estressantes). Dirigir o carro, enquanto ela dorme ou ouve música (acredite, uma viagem é altamente cansativo). Tomar onda do mar na cara para não ir nela.”
Ele comentou que há dois tipos de pessoas portadoras do gene Y: Os homens e os manés. Se isso que ele disse é ser homem, aqui vai uma notícia devastadora… Para cada homem, existem cem manés. E para cada mulher, existe 0,2 homem. Eu não sou muito boa em matemática, fato, então certamente esses dados são só uma pequena projeção ok?.
Eu concordo com tudo o que ele disse. Eu acho que ser homem é exatamente isso, não tem a ver com a preferência sexual apenas. Não defendo o feminismo, nem quero a igualdade dos sexos. Isso é idiotice utopia. Eu ainda acho que gestos como abrir a porta do carro, ou as damas primeiro, fazem a diferença. Pagar a conta é uma das coisas da qual não faço questão. Rachar, ainda vai, mas exigir que ele pague a conta não faz meu tipo. Mulher que fica no fogão parou com a minha bisavó.
 Tomar onda na cara é nova, mas decididamente gentil.
Resumindo, se alguém me perguntasse o sexo da próxima encarnação, eu ficaria o dia inteiro pensando sobre isso, para responder “não sei”.
Homens são felizes por serem práticos. Mulheres são felizes por serem elegantes. Homens heterossexuais não vivem sem mulheres e vice-versa. Homens sentem dor no saco, mulheres nos seios (VAI). Homens são idiotas lindos, mulheres são frescurentas sensíveis (sou homem, nesse ponto). E assim segue a humanidade.
Homens gays são bibas amadas  mais sensiveis e humanos ou mais fofoqueiros e intriguentos, Mulheres gays são maria macho amam como um homem hetero e podem ser tão ciumentas quanto um machão ou romanticas como um Don Juan.
E ser do Babado é realmente ser diferente na igualdade ... ser igual na diferença ... Ser do Babado é bem isso... e viva a diversidade... viva os machos e as mulherzinhas, os gays, as travecas, as transexs , as profissas do sexo... viva todo o Babado.
 
Viva! e deixe viver...
mas e aí... e tu? o que viria na próxima heim?

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Foi Apenas Um Passatempo II

Até que uma hora não deu mais pra fugir e ele estava determinado a ficar comigo. Eu não estava com interesse algum nele, confesso. Fui lá fora e ficamos nos beijando abraçados e conversando, mas eu estava em outro planeta naquele momento, enquanto isso, ele me contava que era militar (eu quis rir, sempre achei muito brega essa parada de ser militar), que nasceu no Rio de Janeiro, que foi aos 8 (se não me engano) para a Bahia, que fez isso, aquilo, aí estava morando no Paraná, mas depois iria para Minas, onde estava morando antes e etc. e tal. História complexa, que ouvi apenas porque gosto de histórias longas e aparentemente chatas, mas não entendi boa parte do que ele falou. Na primeira oportunidade que teve, pediu meu celular, meu e-mail, meu Orkut e ficou insistindo para saber se eu me chamava Fernanda mesmo, se não tinha dado outro nome pra ele... Que rapaz estranho!Vem cá, pra quê eu iria dar um nome errado num país com milhares de Fernandas dando sopa? E o interesse dele por meus contatos?Eu tava vendo a hora de ter que dar meu CPF pro rapaz! (Risos) De repente, um amigo dele se aproxima. Não achei que daria em boa coisa, pois, apesar de não ser preconceituosa, aquela cara de micareteiro-funkeiro dele ao se aproximar me deu certo receio. Pois é, ele quase estragou tudo o que já nem estava ótimo. Veio e começou a tentar me convencer a alguma coisa, não sei se a sair dali com o rapaz ou se a ficar com ele direito (só deu pra sacar que ele queria que o amigo me comesse), então ele ficou falando que eu estava com um cara foda, que ele tinha 21 anos e já era sargento, que tinha futuro, que ganhava num sei quantos por mês e etc., então, após ouvir esta última parte, sorri e disparei um doce “não, mas dinheiro não é problema não, porque eu não tô mais cobrando pra essas coisas”. Ui, tá. Um pouco depois ele saiu (NÉ?) e eu fiquei bem mais incomodada com a proximidade, então falei que iria pegar mais uma cerveja e dei um belo de um perdido no rapaz que me acompanhava, mas logo depois ele me encontrou dançando com o meu irmão algum forró que o DJ soltou junto com as músicas da festa. É, tive que voltar a ficar com ele.

Ele tirou foto de nós dois. Não minha com meu irmão, mas minha com ele. Não sei se tinha que achar isso fofo ou ter medo, mas ele tirou foto de nós dois. E ficamos... Depois de um tempo, fomos para os fundos da festa, onde havia gente (inclusive meu primo, com uma bela morena), aí ele ficou achando que rolaria amasso ou coisa assim, mas nem mãozinha na bunda eu deixei ele colocar (não por achar que em primeira ficada não pode rolar isso, eu daria pra ele se estivesse afim, mas eu não queria nada disso, muito menos com ele), então começamos a conversar com meu primo e sua morena com corpo de passista. Confesso que a bebida contribuiu, mas eu queria deixar claro ao rapaz que ele ali não era tão importante e indispensável, então comecei a lançar um charminho para a moça, que correspondia, de um jeito safado que as passistas sabem fazer. Meu primo nem ligou, afinal, já me conhece e também já tinha ficado com outras naquela noite, então nem ligaria se eu pegasse sua passista emprestada. Papo vai, papo vem, os casais lado a lado conversando, então, por algum motivo que não lembro qual, ela puxou sua blusa e me mostrou seus mamilos. Não sei se o rapaz que estava comigo viu, mas eu tive ciúmes dele por alguns minutos e dei esporro. Po, a mulher mostrou pra mim, não pra ele! Ele estava COMIGO ali (egoísmo meu, tá, eu sei). Depois, acabei torturando um pouco mais o rapaz, ao ver passar um amigo do meu irmão que tirou a minha virgindade, ou melhor, que eu usei para perder a minha virgindade (levando em consideração que foi friamente calculada por mim), então comecei a falar com a morena a respeito disso e, se me lembro bem, acho que falei a respeito de o rapaz ser muitíssimo bem dotado também (não sintam vergonha por mim, eu já sinto sozinha, só de lembrar). O papo estava repleto de sacanagem entre os dois casais, até que a festa acabou, já eram quase 6 da manhã e meu irmão veio nos chamar.

Antes de entrar no carro, o tal rapaz ficou me beijando e beijando e beijando, então me ofereceu carona pela centésima vez e falou para irmos dar uma volta antes (uhum, tá, Cláudia, senta lá). Não preciso dizer que não topei,né? Um desconhecido e com um amigo daqueles, não dava pra confiar nem se eu tivesse um revólver carregado dentro da minha bolsa country... Mas, me deu uma coisa antes de ir, sabe? Eu não sei bem o que era, mas saber que naquele mesmo dia, mais tarde, ele pegaria um avião e voltaria para o Paraná foi muito estranho. Ele não pediria pra sair comigo no domingo a noite como os rapazes que conheci nos sábados da vida fizeram, ele não iria lá em casa para conversar comigo no portão, não ficaria tentando me convencer a ir com ele em um churrasco de amigos no final de semana seguinte...Ele iria embora. E fim.

Fui pra casa e dormi. Sem expectativas, sem nada de mais. Eu só dormi. Um pouco antes, ainda tentei visualizar o rosto do rapaz, na esperança de descobrir se ele era bonito ou não, mas eu não consegui fazer isso, ele não parecia bonito, ele não parecia feio, eu não consegui julgá-lo. Só lembrava de umas coisas doces que ele fez ou disse e tratei de tentar não pensar nisso demais, afinal, foi só uma pegaçãozinha de nada. Era ruim não saber da beleza (ou ausência de beleza) dele, porque isso sempre acontece quando encontro alguém, antes que acabe me apaixonando por essa pessoa.

E no dia seguinte, contando o ocorrido (com algumas censuras, claro) para a minha geradora, lembro apenas de ter dito no fim: “Eu só não gostei do nome dele, sei lá, nunca gostei de caras com esse nome...Bruno”.


Chica Blanco escreveu falando sobre Bruno Souza, seu namorado e surpreendentemente, o terceiro (e talvez, o último) amor de sua vida.

Foi Apenas Um Passatempo

Era outubro, o mês das crianças (como se crianças não fossem crianças nos outros 11 meses do ano). Era o primeiro ano em que eu não recebia um presente no dia 12, embora eu já tivesse lá com os meus vividos 20 anos... E eu estava sofrendo pelo meu segundo amor. Ele estava apaixonado por outra, não havia o que eu pudesse fazer. Sabe quando a gente fica tão sensível que mandaria o papa tomar naquele lugar e choraria até se visse um cachorrinho olhando pra você? Pois é, eu estava assim, logo, sair de casa foi uma PÉSSIMA idéia, mas eu saí. Era o aniversário de um grande amigo meu, então saí. E fui para sua festa, tímida que só, toda amuadinha e sem saber se tomar um porre era a melhor solução ou se me levaria à ruína completa. Na festa havia funk, belas moças esbanjando safadeza saudável e jovial, calor, sol, piscina, cerveja gelada e...Eu sentada numa cadeira sendo a única da festa a não cair na água. Não foi só porque acho água de piscina de casa de eventos uma coisa mega power suja (se câncer fosse contagioso, daria pra pegar naquela água), mas porque não me apetece ficar de biquini na frente de moças com corpos esqueléticos, então fiquei sentada. E eu bebi muito, muito mesmo. Pra não deixar passar em branco, acabei atracando-me em um tórrido beijo com o aniversariante, no caso, meu amigo, que, no caso, é gay. Peguei o ônibus pra voltar pra casa, rezando para que tudo não girasse tanto...

No caminho, meu irmão me liga e diz que precisa de mim (ele estava organizando uma festa com os amigos, para arrecadar grana para alguma coisa que não lembro o que era), então falou pra eu descer no local da festa. Ia fazer isso, mas só se eu fosse uma louca, porque eu estava suada, bêbada e física e emocionalmente acabada. Em casa eu tomei um banho e resolvi ajudar meu irmão, então me arrumei e fiquei esperando que viesse me buscar bebendo num barzinho próximo a nossa casa, com meus pais.

Era pra eu ser a fotógrafa da festa (foi o que me disseram), mas acabei virando também a garçonete. Eu tive que ficar rodando a festa toda com jarras de cerveja distribuindo a bebida sagrada aos que alí estavam. A festa ficou boa, cheia e eu bem mais bêbada. A garçonete que andava meio encalhada despertou muito interesse nos rapazes que alí estavam, afinal, MULHER + SALTO ALTO + SAIA CURTA + JARRAS COM CERVEJA GELADA = *_______* Pois é, eu estava despertando alguns interesses, porém, não ouvia nenhuma cantadinha ou pedido até o fim. Eu estava ainda com o choro preso e aquela vontade de matar o mundo inteiro guardada dentro de mim. Depois de umas horas, acabei cedendo a um insistente (que por sinal, era meu amigo e por sinal, já havia ficado com ele uma vez), então nos agarramos em alguma parede aqui e ali por uns 5 minutos e eu dei a desculpa de “voltar a servir”. Voltei e fiquei servindo mesmo, como se fosse a coisa mais legal do mundo, porque tudo o que eu queria era não pensar.

Depois que a festa já estava boa, em seu auge na madrugada, o mesmo amigo que eu havia beijado nas paredes dos fundos da festa veio me chamar. Um rapaz estava muito “afim” de mim, então pediu que eu desse uma chance, que ouvisse o rapaz, etc. Eu olhei com aquela cara de “tá, e aí?”, então eles começaram a falar coisas que eu não lembro até hoje e de repente, eu concordei com a idéia genial de beijá-lo caso ele caísse na piscina. Umas três pessoas já haviam mergulhado na piscina, mas era madrugada, o rapaz estava vestido sequinho e achei divertido que ele se molhasse todo em troca de um mísero beijinho, até porque, eu só encostaria meus lábios nos dele... Achei que valeria a pena, só para vê-lo depois todo molhado, meio sem graça na festa (e eu nunca o havia visto na vida, ele não deveria ter muitos conhecidos ali). Para a minha surpresa, ele topou. E antes eu fui lá, dar o tal beijo, tendo uns amigos em volta para garantir que depois ele não fugisse da piscina. Mas, uma coisa aconteceu... Eu encostei meus lábios nos dele e eu simplesmente fui... Eu não consegui parar, eu quis o beijo, era só um beijo, por que eu não iria querer? E o beijo foi bom, foi realmente um bom beijo... Aí ele me deu carteira, celular, blusa, não sei mais o que, então tirou o tênis e caiu na piscina (ou foi jogado?), de bermuda, na madrugada. Fiquei pensando em como esses rapazes confiam em mulheres só porque são “bonitinhas”. Eu poderia ter roubado a carteira dele, eu poderia ser uma trombadinha disfarçada, não? Tão ingênuos...

Aí ele voltou da água, ensopado, então me perguntou: “E agora?”. O olhei, sem parar para olhar se era bonito, feio, estranho, nada disso (eu nunca reparo isso nas primeiras horas) e respondi simplesmente um “agora você me beija, ué”. E ele veio, ensopado mesmo, então me beijou, mais e mais, por um tempo bom... Até que eu dei a desculpa de “servir”, então fugi.

Durante o resto da festa ele sempre aparecia e tentava ficar um pouco comigo, mas eu dava desculpas, eu estava tentando escapar dele, não tava afim de ficar de namoradinha de ninguém, afinal, meu namorado mesmo já estava namorando outra e eu nem sabia, então não queria ser namoradinha (ainda que por algumas horas) de mais ninguém, tava enjoada de tudo isso e ele parecia ser todo docinho... Isso estava me irritando. Eu sou um poço de brutalidade quando amo, imagine quando o homem que amo declara-se apaixonado por outra?! Eu estava UM LIXO.


quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Pra descontrair - depilação feminina

Eu já havia lido esse texto antes... E hoje achei num blog chamado Garota Progressiva (http://garotaprogressiva.wordpress.com). Acho que a autora fez algumas modificações, mas apenas copiei e colei aqui. É de chorar...


Esse é um assunto.. hum.. íntimo. Mas, como membro do belo sexo, tomei a liberdade de postar sobre. Será muito divertido para as mulheres (duvido que a maioria não se identifique com as palavras abaixo) e esclarecedor para os homens.
Faz sim, vai ficar lindo.” – Foi essa a frase que umas amigas disseram quando lhes confidenciei nunca ter me rendido à depilação com cera. Acrescentaram que eu me sentiria alguns quilos mais leve, mas duvido que pentelho pese tanto assim.
Claro que eu esperava que doesse, ao menos me alertaram sobre o fato. Mas não esperava que por trás, e bota por trás nisso, havia toda uma indústria pornô-ginecológica-estética.
Pois é, e assim, lá fui eu. Telefone em punho, chama.. chama...
- Bom dia, eu gostaria de marcar depilação com a Penélope? (indicação das “amigas”)
- Vai depilar o que?
- Virilha.
- Normal ou cavada?
*Anh? Eu lá sabia o que seria uma virilha cavada? Mas já que eu estava na chuva..*
- Cavada mesmo..
- Amanhã..deixa eu ver.. às 13h?
- Pode ser, obrigada.
Chegou o dia em que perderia os tais quilos. Almocei coisas leves, coloquei uma roupa chique e uma calcinha apresentável. Sabe-se lá o que eu ia encontrar. E fui. Assim que cheguei a tal Penélope estava a minha espera. Moça alta, bonitona, mulata. “Oba, vou ficar que nem ela, legal.”
Pediu que eu a seguisse até o local onde o ritual seria realizado. Saímos da sala de espera e entramos em um longo corredor, de um lado parede, do outro, várias cortinas brancas. Por trás delas ouvia gemidos, gritos, conversa… uma mistura de Jogos Mortais com O Albergue. Já senti um frio na barriga ali mesmo, sem sequer desabotoar um único botão.
Eis que chegamos ao nosso cantinho: uma maca cercada com as tais cortinas brancas.
- Querida, pode deitar.
Tirei a calça e, timidamente, fiquei lá de calcinha, estirada na maca. Mas Penélope mal olhou para mim, virou de costas e ficou de frente para uma mesinha. Ali estavam os aparelhos de tortura, vi coisas estranhas: uma panela, uma máquina de cortar cabelo, uma pinça. “Meu Deus, era O Albergue mesmo!!”
De repente, ela vem com um barbante na mão, fingi que era natural e sabia o que ela faria com aquilo, mas fiquei surpresa quando ela passou o dito nas laterais da calcinha e amarrou bem forte.
- Quer bem cavada?
-…é..é, isso.
Penélope deixou a calcinha tampando apenas uma fina faixa de Abigail, nome carinhoso do meu órgão, esqueci de apresentar antes.
- Os pêlos estão altos demais, vou cortar um pouco, porque senão vai doer mais.
- Ah, sim, claro.
Claro nada, não entendia porra nenhuma do que ela fazia. Mas confiei. De repente, ela volta da mesinha de tortura com uma espátula lambuzada de um líquido viscoso e quente (notava-se pela fumaça).
- Pode abrir as pernas.
- Assim?
- Não, querida. Que nem borboleta, sabe? Dobra os joelhos e joga cada perna para um lado.
- Arreganhada, ?
Ela riu. Que situação. Então, Pê passou a primeira camada de cera quente em minha virilha virgem. Gostoso, quentinho, agradável. Comecei a imaginar que podia nem ser tão ruim assim. Até a hora de puxar…
… foi rápido e fatal. Achei que toda pele do meu corpo tivesse ido junto e na maca, sobrado apenas minha ossada. Não tive coragem de olhar, achei que haveria sangue jorrando até o teto. Até procurei minha bolsa com os olhos, cogitando a possibilidade de ligar para o Samu. Tudo isso enquanto me concentrava em minha expressão, fingindo ser supernatural.
Penélope perguntou se estava tudo bem quando me notou roxa, havia esquecido de respirar. Achei que poderia doer mais.
- Tudo ótimo, e você?
Ela riu de novo como quem pensa “que garota estranha”. Mas deve ter aprendido a ser simpática com os clientes.
E o processo medieval continuou: a cada puxada eu tinha vontade de espancar Penélope. Lembrava das minhas amigas, recomendando a depilação, e imaginava que tudo não passava de uma grande sacanagem, só para me fazer sofrer. Todas recomendam porque se cansam de sofrer sozinhas.
- Quer que tire também dos lábios?
- Não, eu quero só virilha, bigode não.
- Não, querida, os lábios dela aqui ó…
Não, não, pára tudo. Depilar os tais grandes lábios? Poutz, que idéia. Mas topei, quem tá na maca tem que se fuder mesmo.
- Ah, arranca aí. Faz isso valer a pena, por favor.
Não bastasse a minha condição, a depiladora ao lado invade o cafofinho de Penélope e dá uma conferida na Abigail.
- Olha, tá ficando linda essa depilação.
- Menina, mas tá cheio de encravado aqui, olha de perto.
Se houvesse sobrado algum pentelhinho, ele teria balançado com a respiração das duas, elas estavam bem perto dali. Cerrei os olhos e pedi que fosse tudo um pesadelo. “Me leva daqui, Deus, me teletransporta!” Só voltei a Terra quando, em meio a muitos blábláblás, eu ouvi a palavra pinça.
- Vou dar umas pinçadas aqui porque sobraram alguns pelinhos, tá?
- Pode pinçar, não  sentindo nada mesmo, tá tudo dormente.
Estava enganada, senti cada picadinha daquela pinça filha da mãe arrancando cabelinhos persistentes na pele já dolorida. E quis matá-la. Mas mal sabia que o real motivo para isso ainda estava por vir.
- Vamos ficar de lado agora?
Hein?
- De lado… para fazer a parte cavada.
Pior não podia ficar, então obedeci. Deitei de ladinho e fiquei esperando novas ordens.
- Segura sua bunda aqui?
Anh??
- Assim ó, essa banda aqui de cima, puxa ela para afastar da outra banda.
Tive vontade de morrer. Eu não podia ver o que Pê via, mas ela estava de cara para ele, o olho que nada vê. Quantos haviam visto, à luz do dia, aquela cena? Nem minha ginecologista. Quis chorar, gritar, peidar na cara dela, como se pudesse envenená-la. Fiquei pensando nela acordando à noite, com um pesadelo, então o marido pergunta:
- Tudo bem, Pê?
- Sim, sonhei de novo com o cu de uma cliente.
Mas de repente, fui novamente trazida para a realidade. Senti o aconchego falso da cera quente besuntando meu “twin peaks”. Não sabia se estava com mais medo da puxada ou vergonha da situação. Eu sei que ela deve ver mil cus por dia. Aliás, isso até alivia a minha situação, afinal, porque ela lembraria justo do meu, entre tantos?
E então me veio um pensamento: peraí, tem pêlos lá?
Fui impedida de desfiar o questionamento, Pê puxou a cera. Achei que a bunda tivesse ido toda embora, num puxão só, Pê arrancou qualquer coisa que estivesse alí. Com certeza não havia sobrado uma única preguinha para contar história. Eu mordia o travesseiro e grunhia ao mesmo tempo, sons guturais, xingamentos, preces, tudo junto.
- Querida, vira do outro lado agora..
“Porra, porque ela não arrancou tudo de uma vez?!” Virei e segurei novamente a bandinha, e então, piora. A broaca da salinha ao lado novamente abre a cortina.
- Penélope, empresta um chumaço de algodão?
Uma lágrima solitária escorreu dos meus olhos. Era dor demais, era vergonha demais. Aquilo não fazia sentido, estava me depilando para quê? Ninguém ia ver o “tobinha” assim tão de perto. Só a Penélope, e agora a vizinha incoveniente.
- Terminamos, pode virar que eu vou passar a maquininha.
- Máquina de quê?
- Para deixar ela com pêlo baixinho, que nem campo de futebol.
- Dói?
- Dói nada.
- Tá, então passa essa merda…
- Baixa a calcinha
Foram dois segundos de choque extremo. Como assim “baixa a calcinha”? Como alguém fala isso sem antes pegar nos peitinhos? Mas o choque foi substituído por uma total redenção. Ela viu tudo, da perereca ao cu, o que seria abaixar a calcinha? E essa parte não doeu mesmo, foi até bem agradável…
Prontinho, posso passar talco?
- Pode, vai lá, deixa a bicha grisalha.
- Tá linda. Pode namorar muito agora.
Namorar? Namorar? Eu queria era vingança. Queria matar minhas amigas, a Penélope, a broaca da cortina ao lado. Queria virar feminista, morrer peluda, protestar contra isso, fazer passeatas, criar uma lei antidepilação cavada! Queria comprar o domínio:http://www.preserveasbucetaspeludas.com/
Mas tenho que adimitr, o resultado final é lindo, lisinho, sedoso… e foi muito mais prático. E então, no mês seguinte…
- Alô, eu gostaria de marcar depilação com a Penélope?…

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Once upon a time...

Uma princesa, muito educada, muito inteligente, muito bem vestida, de boa família e de boa conduta moral e social... e além de tudo meiga e bonitinha.
Essa princesa morava em um castelo de 3 andares bem modestos ( pois princesas moram em palácios enormes) mas essa aí , morava em 3 andares que quando chovia a agua infiltrava pelas paredes...
Calçava 36, não era 35 como a Cinderela, nem 39 como a Fiona...eram exatos 36, cujo os sapatinhos estavam ali no pé... ou seja sinal algum de príncipe com o outro pé do par caçando assunto.
A mesma princesa, tinha cabelos médios e estava longe de ser a Rapunzel afinal seus cabelos eram negros como a noite, longe de ser dourado como raios de sol e longos á ponto de aguentarem o peso de um príncipe a subir em sua trança.
Não era dorminhoca como a Bela Adormecida, tinha uma madrasta mas a madrasta não era má , e nunca morreria envenenada por uma maça da Malevola essa princesa não comia maças ( aliás detestava maça), porém era baixinha e branca como a Branca de Neve.
Certo dia essa Princesa conheceu um jovem , cheio de defeito e erros, e nem um pouco parecido com os príncipes dos contos de fada. Mas por esse jovem ela se encantou, como num passe de mágica o amor nasceu.
Ele  não era como o Aladin jovial e sarado mas também não era um Ogro como o Sherk. Ele era simplesmente ele... e só por ser ele, nossa princesa... se enamorou.
E os dois ficaram juntos e até que eram felizes, mas esse rapaz tinha um detalhe agravante , tinha uma ex namorada, e essa ex namorada era meio desmiolada.
E ex namorada muito antenada, tinha twitter, tinha blog, tinha tudo na internet e ali sempre tudo contava.
A princesa que não era boba nem nada, ficou ligada e a grande sacada era mesmo xeretar tudo aquilo,´só que quanto mais ela lia e mais coisa achava , mas entendia que o Rapaz por que se apaixonará, era um amor quase impossível.
Um dia triste e bem casada a princesa apaixonada, decidiu com grande dor, dar Adeus á seu amor.
Fez se tristeza o seu reino, que de colorido era só lamento, desde que tudo acabou.
Então a princesa pediu á Deus que pudesse não ter um sapato nos pés, que tivesse cabelos longos e loiros, ou que dormisse eternamente para com um beijo de amor acordar...
mas já era tarde todas essas princesas já tinham tido seu " Felizes pra sempre" e isso não teria como mudar.

Então ela não foi feliz para sempre...

Então solitária, princesa sem amor, sem príncipe, sem rapaz, sem cavalo branco e sem nada... pode constatar :  que não adiantaria ser muito educada, muito inteligente, muito bem vestida, de boa família e de boa conduta moral e social... e além de tudo meiga e bonitinha ... se não teria o direito de com liberdade amar!

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Tigresa

Anteontem, foi aniversário da minha mãe. Perdi as contas de quantos anos a tigresa fez. Pra mim, Ela parou nos quarenta. Quando ela sorri, mil homens caem aos seus pés. A palavra que melhor define minha mãe é fascínio. Ela, simplesmente, hipnotiza e quando nós, meros mortais, vemos, estamos fazendo tudo aquilo que ela, a deusa, quer.
Se existem almas, a dela é cigana. Se existem corpos, o dela é vadio no melhor sentido da palavra. Mamãe sempre correu atrás de seus amores. Como boa mulher passional. Amava até o fim e dasamava com doçura.
Aliás, está pra nascer alguém que sabe abandonar um amor como essa mulher. Abandona sem ser abandonada. A tigresa só sabe ser assim. Dizem até as más línguas que ela não é um exemplo a ser seguido.
Minha mãe é torta. Só sabe ser mãe de vez em quando. Mas é um exemplo de mulher, sim. É intriga de quem diz que não se deve seguir o coração. Tigresa é a mãe mais fascinante do mundo.
Temos um problema. Tigresa me adoece. Basta uma visita sua para que algo aconteça. Basta ela me lembrar que minha garganta é frágil para a maldita inflamar. Queria dar a ela o mundo. Na verdade, ela é tão atraente que qualquer uma quer vê-la feliz. Seu sorriso alivia a tristeza mundana. Suas dores causam dores na alma.
Só sei amar como tigresa me ensinou. Com o corpo aberto, com a alma leve. Sei amar por inteiro porque desde sempre ela me disse que o amor era inteiro e quem ama pela metade não merece amor. Sou como sou porque ela sempre disse que não queria que eu fosse como ela e me tornasse dependente das pessoas. Amor e dependência andam separados.
Às vezes, odeio-a. Ela bagunça por onde passa. Minha mãe é um furacão de gente. Destrói e permite uma reconstrução. Algumas vidas são liberadas. Mamãe deixa esperando, sempre deixou. Parece noiva em tempo integral. Sempre vivo com medo de suas características destrutivas.
Tigresa é um dos meus primeiros amores. Talvez seja meu complexo de Elektra. Da tigresa, me resta uma certeza: Aquele que não se perde por seus encantos é incapaz de se encantar.
Outro dia, me deram a notícia. Tigresa se casou. Quantas pessoas no mundo têm mães que casam quando querem e não comunicam a ninguém mais? Linda, não?

Avaliando a fundo mensagens de texto nada subliminares

Primeiramente recebo isto: “Engraçado isso. Td hr olho o cel esperando uma sms.” . Depois eu recebo isto: “Mas eu sinto falta das sms, pena q ou elas vem com mt frequencia ou n vem”.

Parei, tá. Uhun, OK. Namorar é difícil. Eu já namorei umas trocentas vezes (namoros que já começaram fracassados, na maioria das vezes, mas tudo bem) e de tooooda essa vasta experiência meio inútil na maior parte do tempo, eu tirei esta conclusão: Namoros são difíceis.

Existe alguma sementinha do mal que é plantada nos coraçõezinhos apaixonados a partir do momento em que a maldita pergunta clássica “quer namorar comigo?” é respondida com um estúpido “sim” ou “claro”. É, se o Capeta existe ele acompanha bem de perto os namoros, porque ainda não conheci proximidade tão grande do inferno quanto esse tipo de relacionamento. Anjo e diabinho, lado a lado, azucrinando almas que caminhavam muito bem até este ponto da vida, mas aí a paixão acontece, o amor vai sendo construído e...Merda. Tá feito. The end.

Por exemplo, estava relendo essas duas inocentes mensagens de textos do rapaz Bruno Souza, o dito cujo da questão, ou seja, meu namorado (detesto a denominação “namorado”, mas tudo bem), então eu notei o quanto as pessoas, os homens bem mais, acabam se contradizendo em questão de pouquíssimos minutos quando estão tentando se livrar de alguma burrada mal feita. Sim, porque se fosse feita corretamente, eu nunca pensaria algo errado a respeito, estando assim, meio louca de amores, eu teria caído feito uma pata, mas não caí. Ops.

Primeiro, o meliante diz que olha seu adorado e amado (quem sabe até mais que eu) aparelho telefônico esperando uma mensagem de sua doce namorada, no caso, eu. Segundo, alguns poucos minutos depois, este já diz que apesar de sentir falta das mensagens sempre (tá, quase sempre) tão doces ou profundamente eróticas de sua namoradinha querida, sente pelo fato de ou elas virem em grande freqüência, ou cessarem por completo. É.

Agora, me respondam (essa vale 0,5 ponto, hein): “Como vou saber quando é a hora de PARAR com as mensagens se o meu exigente namoradinho que está na puta-que-o-pariu da Bahia, totalmente à toa em suas doces férias, às vezes chega a mandar mais de 140 mensagens num dia e no outro dia, manda 3 mensagens e ainda reclama quando peço o mínimo de atenção?”

Sinceramente? Eu não caio nessa meeeeeeeeeesmo. Não, não. Porque, caros amiguinhos que chegarão a ler estas asneiras de uma namorada enfurecida, eu não conheço nenhum Activia para equilíbrio sentimental não... Por que será, né? É simples: NÃO EXISTE MEDIDA CERTA NO AMOR.

Não sei dar amor de pouquinho em pouquinho, amor não é comida, pedaço de bolo da festa que a gente guarda pra mais tarde, não leio mentes (algumas pessoas podem até conseguir essa proeza, eu não) e o meu sexto sentido é cego, surdo, mudo e manco, logo, só posso contar com a plena consciência de que tenho sim um desequilíbrio nesta área do conhecimento afetivo e que não, não existem perspectivas de melhoras neste meu defeito.

Não, seja como você é, é assim que eu amo.”

Jura? Mesmo? Qual parte do “seja como você é” você quer que eu seja, então? Porque a partir do momento em que diz um “seja como você é”, fodeu, parceiro, suas chances de reclamarem de alguma maluquice, mania psicótica ou esquisitice qualquer estão completamente anuladas. E você fez isso (viu onde você errou?), você me deu o Green Card da piração, agora nem vem querendo construir um muro entre a Chica que eu sou e a Fernanda que você quer que eu seja, porque eu não sou sua filha, sou sua mulher, logo, não tente me ensinar o “A-B-C”, porque eu já terminei o Z faz tempo (e sem esquecer o W e o Y!).

Tudo era bem mais simples quando teoricamente a gente não era. As palavras tinham menos intensidade, as promessas era feitas só pra agradar, um tinha medo de machucar o outro (você sempre mais cuidadoso que eu), eu não tinha medo de me machucar, você não aparentava ter medo de me perder, eu entedia a traição como algo saudável, enfim... Tudo até antes de eu começar a não odiar mais casamentos, antes que pudesse ver em você uma fonte infinita de felicidade, antes mesmo que eu pudesse ser capaz de chorar de felicidade, sozinha, apenas por pensar que isso tudo é real.

Acho que a simplicidade do início dos romances é sempre muito convidativa, porque ela inibe a realidade de aparecer, de estar presente. Mas aí, quando a tão temida realidade vem, a gente no fundo acaba percebendo que não existe fantasia tão encantadora e mágica quanto as imperfeições de uma história de amor. Porque sempre que leio um romance ou assisto um filme, fico com aquela sensação de vazio, como se a nossa vida juntos não bastasse sendo do modo que é, mas aí eu penso nos poucos dias que já tivemos lado a lado, nos poucos meses que já estamos dividindo, então chego a conclusão de que nenhum daqueles filmes ou romances poderiam fazer eu chorar e rir, gritar e sussurrar, pedir carinho e pedir tapas, como nesta história tão inadequada para a literatura que nós dois vivemos. O nosso romance não caberia num livro nem maior que o Aurélio, o nosso filme não daria num DVD duplo, as nossas cenas não se adequariam a TV. Porque nascemos para sermos reais.


Chica Blanco escreveu para Bruno Souza.

domingo, 16 de janeiro de 2011

L'amour...

Bate Papo Uol
Fábio Jr entra na sala.

Fábio Jr grita paraTodos : Carne e unha, alma gêmea, bate coração, as metades da laranja...

Coisas de Mulherzinha grita para Fábio Jr : ahã, a gente acredita viu! uuhhh como acredita! ah vá Fábio , ah vá!

Por que aqui, não caímos em cantadinhas bobas ...mas as boas... bem... deixa em off!




Fato consumado

Você me olha de um jeito assustado. Estou assim, tão nua e tão de repente. Você me despe dessa pele que me esconde do mundo. Estou sua, tão absurdamente sua. E você não sabe de onde surgi, como fui parar no meio de suas coisas. Balbuciamos duas ou três palavras, todas elas carregadas de desejos impunes. Há um mapa em branco entre seus lençóis, seus livros, sua música. As poesias estão todas sobre a cama, porque você quer que eu as leia em voz alta. Drummond, Vinicius e Quintana são testemunhas mudas e inertes de um amor não consumado. É essa alegria que nos toma de assalto em pleno baile de máscaras. Aquelas outras músicas também calam. Ouvimos somente essas melodias que compartilhamos e que nos dizem algo que sentimos por baixo da pele. Permanecemos em silêncio, com olhos vidrados. O sono é persona non grata entre essas paredes. Não recuamos. Não avançamos. Há uma tensão implícita e instigante na ausência do toque, na separação, na gana que me provoca. Ouço tempestades se aproximando. É o teu rosnar pacífico de homem que ama. É o meu caos hormonal lançado contra a tua pele. Silêncio ensurdecedor. Hiato carnal lançado à pira. Minha rendição total. Drummond, Vinicius e Quintana permanecem testemunhas mudas entre lençóis e esse bolero de Ravel que toca apenas quando nos liquefazemos em amor - fato consumado. Memória que acabo de inventar.


[Por Nina. Com saudade do futuro.]

sábado, 15 de janeiro de 2011

Um e-mail que nunca foi enviado

Eu queria dizer cada palavra desse e-mail olhando pra você,mas é certo que não teria coragem, por que ...que ironia do destino... eu tou apaixonada.
Tá na cara que eu tou sobrando na tua vida, e tou mesmo e eu sei  e não te culpo.
Não te culpo por que só de saber que você existe , isso me dá uma sensação de felicidade imensa, na verdade eu sempre alimentei esse pensamento.
Em pouco tempo você me devolveu tanta coisa que eu perdi no caminho ,e você tem sido ótimo comigo, mas ... sejamos sinceros 'VOCÊ AINDA GOSTA DE MIM?"
Nunca quis te pressionar, e nem cheguei na tua vida pra isso, essa não é minha intenção e nunca vai ser, não te quero do meu lado por obrigação, por gratidão
ou por piedade , por que nada disso é amor... eu não quero nada que não seja carinho, paixão, afeto, tesão e amor...  Se não dá pra ter nada disso, que eu tenha amizade
que é algo real, mas obrigação, gratidão e piedade não cabem.
Eu adoro tudo de você, ai menino como eu gosto de você e eu nem sei explicar ao certo o por que desse gostar  ...mas eu sei que gosto por que eu tou chorando muito
e tá doendo pensar que talvez eu esteja dando um tiro de misericórdia aqui.Eu odeio seu pessimismo, odeio quando você acha que nada vai dar certo e odeio quando você se refere á você
como um perdedor, ahh isso tudo eu odeio sim.
Não tou te cobrando uma posição, não quero que me assuma pro mundo como sua namorada, nem que bote uma mega aliança no meu dedo, não é isso ... é que tá
notório de que eu já não tenho a importância que tinha no começo... ás vezes acho que você não confia no que sinto, mas olha o que sinto é muito real... tão real que
eu faria tudo pra deixar tua alma mais leve, até cairia fora da tua vida ...se isso te aliviasse a pressão do dia a dia, mesmo te querendo tanto e pensando tanto em você
eu abriria mão do seu sorriso pra mim, pra que ele fosse do mundo todo... eu sei lá o que me faz ser idiota assim, á ponto de não querer te prender e amarrar no pé da minha cama.
Isso aqui não é um pedido de casamento, muito menos um fora... não é um apelo desesperado que tu me ame, não , não é isso... é só uma reflexão, se você sentir aí contigo, que não cabo na sua vida, seja sincero e me fale meu amor, eu preciso e tenho direito de saber viu?! agora, se você sente que eu sou a garota certa na hora errada, tudo bem menos mal... por que...
no meu caso você é o cara certo na hora errada , mas eu espero a hora certa chegar e de preferência com vc do lado...mas isso é o que eu quero, eu sei o que quero...eu te quero...e quero muito.
Na boa, eu te amo! parece precipitado...e é precipitado,mas com você tudo foi tão precoce, que isso nem me surpreende , e por amar que eu deixo você ir ...que eu deixo você ficar, que eu deixo...eu deixo TUDO!
Com amor e devoção, mais á você do que á mim mesma, o que é tão ridículo , tão patético...

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Uma carta sobre amor, cereja, bolo e falta de confiança.

Eu te amo. Não O amo, eu TE amo. Existe uma grande diferença nisso e não me refiro ao erro.A diferença é a forma espontânea desse amor, que se recusa a seguir as regras, porque eu amo do jeito que só eu sei amar, todo mundo ama como pode, como quer, embora alguns prefiram não ultrapassar a linha amarela. Mas eu não, eu realmente te amo.

Quem me vê, ou melhor, quem me lê repetindo esses abundantes “amo, amo, amo” pra cá e pra lá nem imagina que no fundo eu tenho pavor disso tudo, dessas repetições. E me irrito, me irrito muito por já ter notado que sempre que faz algo que me desagrada, dispara logo um “te amo” pra mim, achando que duas palavras podem reparar todos os danos que sua personalidade pode me causar. Não, não mesmo...Já sabe também que isso não cola comigo, mas não entendo porque continua insistindo em me dizer “te amo” quando minha vontade é de te matar. Raiva passageira, tudo bem, eu taco o celular longe e começo a dar um daqueles pitis de fúria trancada no quarto, aí o celular faz o barulhinho da mensagem e eu corro pra olhar, ainda que o desejo de te matar não tenha desaparecido, então leio um “te amo” (banal, comum, sem graça, sem sal) e a vontade de te matar só aumenta, mas de um jeito diferente, porque aí dá vontade de rir. É, rir. Rir da sua preguiça de pedir perdão, do seu sono por dar explicações. Eu quase fico gargalhando sozinha, amargurada, enfurecida.

Não sei se já amou, acho que sim, mas as táticas do jogo sempre mudam, não te avisaram? Meu bem, eu não vou me jogar aos seus pés só porque diz me amar, porque isso é muito pouco pra mim, “eu te amo” é o mesmo que um punhadinho de migalhas, porque eu sou íntima o suficiente das palavras para saber o quanto elas podem ser traiçoeiras, ela podem brincar com sentimentos, acabar com alguém, mas essas três palavrinhas (ou duas) não têm efeito algum, elas são só um complemento, uma cerejinha no bolo. E o que é uma cerejinha no bolo se não existe um bolo? É, você precisa preparar a base primeiro, o recheio, a cobertura, há tanto o que fazer! Não se apresse pensando que o meu romantismo vai ser um aliado nesse romance, porque o meu romantismo é descrente, ele é frio e calculista. Sim, isso é possível.

Eu não confio em você. Isso, nem um pouco. Existem mulheres que precisam dar seu corpo como prova de amor e confiança a um homem, mas nunca fui desse tipo, porque nunca tive saco pra provar as coisas para os outros, isso me cansa. O meu corpo eu dou porque eu quero dar, uai! É tudo meu mesmo, se quero dar, quem vai me impedir? Jesus Cristo? Papai Noel? Ah, pela graça da vida, não vou ficar tentando provar que confio em ninguém, porque isso vai ser uma baita mentira cabeluda. Não confio, nunca confiei e (infelizmente) não vejo como começar a confiar. Mas, nem por isso vou ficar me podando. Eu falo, eu grito, eu sussurro, eu aperto, mordo, abro, fico me exibindo e não estou nem aí para o fato de achar ou não que isso é prova de confiança, porque eu sei que não é. A maioria das pessoas acha que entregar o corpo é dar seu bem mais precioso ao outro, ou que amar é dar seu bem mais precioso, pois eu discordo das duas opiniões. Eu amo e me ofereço de corpo inteiro, mas não sei confiar em ninguém. Nem ao menos em você, que tanto amo.

Chica Blanco escreveu para Bruno Souza.

sábado, 8 de janeiro de 2011

O que nos resta é chorar

Ela não sabia se falava ou não. A conclusão que chegamos foi de que nos resta o choro. Sendo bom ou ruim, sendo coisa de menina ou não, sendo qualquer coisa que não precisa de definição, nos resta chorar. Ela não parece ser do tipo que choraminga por aí. Pelo contrário, parece bem forte e bem mulher.

Eu queria dizer a ela todos estes clichês que a gente diz quando alguém termina o namoro, mas ela não merece isso de ninguém. Clichês não ajudam e nos lembram que aquela pessoa fazia diferença, sim. Pior do que isso. Algumas pessoas sempre vão fazer a diferença nas nossas vidas.

Eu queria saber, ao menos, o que dizer a ela e não resolver os problemas dizendo que nos resta sempre chorar. Queria, quem sabe, abraçá-la e dizer que ela pode contar, mas nem isso faz muita diferença agora.

Por enquanto, p’ra ela, restaram lágrimas. Depois elas secarão. Elas sempre secam com o tempo, com o novo, com o velho, com as crianças, com as primaveras e verões. Não há inverno que dure mais do que três meses.

Não posso fazer nada por ela que escrever aquilo que quero e espero. Queria escrever um texto bem bonito pra ela sorrir. São muitos desejos por hoje. Por fim, o que nos resta apenas é chorar.

Fullgás

Falavam sobre a brevidade dos relacionamentos. Tudo se tornou efêmero no mundo moderno, disse eu. Ele concordou. Na verdade, enquanto eu escrevia um tratado sociológico embasado em autores da área, ele só concordava. Eu não sei se ele não tava pra papo ou não queria dizer nada mais do que a concordância que encerra o assunto e acaba com o debate. Aliás, ele mesmo disse hoje que não era chegado a debates políticos e todo relacionamento é político.

Talvez, estejam discutindo os dois. Afinal de contas, foram efêmeros na vida do outro também. Numa semana, conversavam diariamente. Na outra, não existiam mais laços.

Contou pra ele do Baumann e ele diz ser um desinteressado. Ela, com certeza aplicaria isso a outras áreas da vida dele, mas seria um ranço de amargura boba de quem se sentiu desprezada. Ele é um bom rapaz. Nada que ela tenha conseguido decodificar e interpretar, mas bom. Acha ela que ele também não quis contar quem era pra ela. Agora, isso já não é mais importante.

Ela sentiu, nesse momento, um acréscimo de estima por ele. Estima boba, sem qualquer conotação sexual ou de qualquer outro tipo de relacionamento senão afetivo. Também deve ser efêmera assim como as conversas, as pessoas, os relacionamentos, os casamentos e eles dois.

O Rodrigo da Moça

A moça falava do Rodrigo dela. Ou melhor, ela falava daquilo que viveu com Rodrigo nas entranhas depois do término. Acho que ela vomitou Rodrigo na conversa e eu fiquei meio sem saber se abraçava, se dizia que ele não prestava mesmo. Oras, eu nem sei quem é o rapaz, eu vou falar o quê? Por uns instantes, eu senti pena dela e ódio dele. Como é que o tal do Rodrigo podia fazer tanto estrago na pobre garota?

Nessa hora, eu me lembrei daqueles que me estragaram também. Vomitei certa vez um alguém. Outro ficou na garganta. Teve aquele que saiu deixando gosto amargo na boca, tão amargo de doer. Tiveram aqueles que não fizeram diferença alguma. Pensei que o Rodrigo podia ter feito isso comigo também. De uma forma ou de outra, estamos todos vulneráveis.

Queria poder abraçar a moça, mas não posso. Queria apagar todos os homens como Rodrigo que destroem moças do mundo, mas não posso. Queria não ser uma moça e estar à mercê dos acontecimentos. Restaram-me dois desejos apenas: que o Rodrigo não destrua outras meninas e que as meninas se tornem, dia após dia, indestrutíveis.

Baiano

Me maltrata, vai, me prende e me repreende nesse berço que me fez

Nessa prisão sentimental, física e psicológica que chama de “Amor”

Se é tão bonzinho assim, não me solta, não me dê esperanças de liberdade

Eu quero ser uma escrava eterna dessa nossa guerra que nunca acaba

A oportunidade aniquilada de qualquer reconciliação, eu quero a ausência do perdão

Da dívida eterna, interna, externa e com juros!

Eu quero que invada o meu país, mate o meu presidente e derrube os meus muros

Assim, sem delicadeza, sem palavras de conforto, sem escrúpulos

Deixe de lado sua dignidade fardada e esqueça qualquer lei que já inventaram

Seja expatriado, ateu, seja ingrato

Eu não quero conveniências e nem disfarces no seu modo de agir

Não precisa ter medo de me deixar com medo

Eu me apavoro facilmente mesmo

Você sabe, mas você não gosta, goste!

Eu não sou de cristal, eu sou de pedra, então não tenha pena

Porque eu não vou me desfazer feito uma onda, eu sou a própria maré

Não deixe de abusar, de morder, de pisar, de rasgar

Não se esqueça de não gritar, não deixe de gritar!

Porque eu adoro o seu descontrole controlado

O seu pavor de ser visto como um louco quando está acompanhado por uma desequilibrada

Você não pode aparentar surpresa com minha maluquice genial

Aja com naturalidade, quem manda aqui é você

Não me permita, não me ouça, não me conceda, me negue tudo

Eu não posso dar nenhum telefonema nem chamar o papai

Você é meu senhor, me comprou pelos meus dentes fortes e disposição

Então não me dê corda, não tenho esse direito, não me atrevo a pedir nada

Aceito calada, muda, paralisada

Mentira! Eu me movo, esperneio, berro, peço, imploro, eu ajo

Não me deixe fazer isso de novo, mas eu nunca vou parar

Adoro desfazer seus pedidos, porque eu quero ordens!

E eu digo que meu mundo é você

Enquanto te faço esquecer seu próprio nome

Repito, proclamo e invento mil formas de te excitar com meu português impecável

Com minhas piadinhas de sacadas invejáveis e minhas figuras criativas de linguagem

Te fazendo pensar que não quer mais nada na vida além daquele corpo

É tudo muito passageiro nesse mundo dos desejos, mas nada é impossível

Com minha cara de fragilidade e voz de cordeiro, te enlaço e desfaço o nó inteiro

Com a boca, com os dedos, com os olhos e qualquer canto de mim

Minhas armas eu carrego na pele, no me cheiro

Manda em mim enquanto é tempo, aproveite muito bem esses seus doces e livres momentos

Porque eu sou ambiciosa, porque eu tenho muita fome de você

E se eu te devorar, você não larga nunca mais.



Chica Blanco escreveu para Bruno Souza.

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Mas hoje...eu só quero fazer amor!

O cano entupiu, bem... sempre dá problema nos canos da casa
E o pneu furou, tai não sei nem dirigir direito quem dirá trocar pneus...
E eu engordei, foram 3 quilos, mentira! Foram 3 e meio... tá certo, foram 4.
E o celular tocou, eu perdi a ligação, eu deveria escutar mais minha mãe e não deixar
Na droga do VibraCall, mas eu deixo... eu teimo e deixo.
E o salário não veio, e perdi minha manhã no banco, e uma moça me parou na rua
E eu não sabia dar a informação, ela ficou de cara fechada – que culpa eu tenho de não ser o Google Maps?!- e o transito tava agitado, e pra atravessar a avenida demorou quase 12 minutos, mentira foram 11 e meio... tá certo, foram 10.
Ao passar frente de uma obra gritaram – ae morena gostosa!-
Eu dessa vez não reagi nem com sorriso , nem com desdém apenas segui ...
E entrei numa padaria comprei uma coca-cola em lata, ao abrir a lata o gás sobe...molhando a blusinha branca e o jeans – Pai amado oh! Diazinho infeliz!- mas vou adiante...
Andando pelo centro, correndo e chegando em casa, suada, suja de coca-cola, sem grana e sem mais nada... me deito.
Ao me deitar lembro da casa que precisa ser ajeitada, da louça da pia, da roupa na maquina, do café pra coar, das apostilas pra estudar e da vida toda pra viver...
Aí nessa hora me vem você... e ao pensar em você:  tá tudo virado, tá tudo caindo... mas hoje, hoje eu só quero fazer amor.

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Pelas horas não contadas

Amanheço. Vou tecendo meu tempo em sutilezas esquecidas no travesseiro - esse tempo vivo. Um rasgo de sobriedade amarrotada revira meus olhos embaçados e transparentes. Minhas dúvidas aquosas desprendem-se de mim a deslizar pelas frestas por onde transborda o dia. Os resquícios gloriosos e cintilantes da noite que acaba de se despedir enchem o quarto. Você não dorme. Seus olhos de rio inundam tudo ao redor - uma inundação de fome e delicadeza corrente. Penso em um ou dois versos que escreveria em açúcar sobre uma colcha negra de cetim. Onde acho uma colcha negra de cetim?
Você ri, ou melhor, sorri. Não entende muito bem essas minhas metáforas estranhas, minhas esquisitices bailantes, minha mania estúpida de coisificar o que sinto. Seja bem vindo; eu me chamo Loucura.
O relógio marca doze horas. O sol arde do lado de fora. Esquecemo-nos do mundo ou terá ele esquecido de nós? Displicentemente entardecemos. Sutilmente encontramo-nos nessa ânsia de amar agora ou de deixar para depois - sim, nós podemos amar depois. A tarde pode esperar, cair, escurecer - pode tornar-se noite. Não temos medo do escuro nem deixamos de estar em paz.
Anoiteço. A mobília muda de cor e as sombras não são mais da natureza da luz diurna. Com as mãos sujas do barro em que te moldei coloco mais um sorriso em teu rosto. Um sorriso mudo, ausente de palavras, de sons, de explicações. Não falamos porque não queremos ouvir - e esse silêncio é tão quente! Como pode faltar uma palavra que defina o que sinto se estou tão repleta disso, tão transbordante, tão transbordada? Essa nudez embasbacada de bálsamo e tomilho funde-se ao breu e à água morna. Esquecemos o tempo: agora é a hora certa; amanhã, quem sabe? Não faz diferença. Tudo é permanência, divindade, imperfeição desejosa de encaixe. Tudo é um pouco de mim, um pouco de ti - um bocado de nós. Tudo é o tempo que foge, que mingua, que se espalha pela terra abaixo dos pés, pela carne embaixo das unhas, pelo sangue no canto da boca - a urgência desesperada que assola o corpo e apazigua a alma após a breve morte e o mais breve reviver. Tudo é o viver pelas horas não contadas - presente passado a cada segundo: tempo-vivo; tempo-morto. Tempo meu. Minha memória e esquecimento.

O quartzo.

É muito difícil saber que existem outros amores
Tão intensos e tão poéticos quanto o meu
Incansavelmente belos em suas essências
Para preencher seu coração
Poderá você dizer que não
Que não há mulher no mundo tão fantástica quanto eu
Mas, há
E são tantas que até você perdeu a conta...

Porque de olhos castanhos este planeta azul já está cheio
E também possui toda a sua variedade de tons
Peles de várias texturas
Bocas de diversos formatos
Infinitos timbres de voz
Incalculáveis formas de se dar um beijo

Não, não sou nada além de uma migalha
Ou como diria Renato Russo, “sou uma gota d’agua, sou um grão de areia”
E a minha insignificância perante um mundo inteiro é brutal para a minha sensibilidade
Me rasga qualquer esperança que eu chegue a tentar manter
Machuca o desejo de pensar na possibilidade do que não é impossível

O tic-tac do relógio desta vida me deixa surda
E aí eu também fico muda
Porque se eu falo eu explodo, “Fernanda Vulcão” é um perigo tremendo
Me ausento no dormitório de meus pensamentos e repouso o raciocínio
Nunca gostei muito de pensar, principalmente quando estou amando
Mas, eu amo sempre...
Não fico sem amor, eu emendo e acrescento
Não subtraio amor da minha vida, multiplico por 100 e nem calculo a porcentagem
Cálculos são para os pensadores e eu quero ser só uma pedra

Uma pedra, por que não?
Imóvel, dura, muda, surda, insensível, imprestável, inválida
Será que as pedras têm alma? E as plantas?
Todos os animais possuem, disso eu sei...
E amor, todos os animais amam? Até as minhocas, hienas e gafanhotos?
Eu não sei, mas eu vou dizer que sim, porque é no que eu quero acreditar

Tudo o que eu acredito ser verdade é verdade
Porque eu escolho o roteiro da minha vida
Já que ela é um livro, dez livros, cem, uma biblioteca inteira
Eu mando em Mim porque paguei caro pelos direitos autorais em cartório
Mas, me dou de graça pra quem quiser me ver, beijar, tocar...
Como me dei pra você
Desembrulhada do papel de presente e até meio gasta
Mulher adquirida em brechó por defeito de fabricação
Já passei por infinitas trocas
Até que finalmente perceberam que não sirvo para ficar na vitrine

A peça usada e sem botão, com a etiqueta soltando e a costura torta
Enquanto você passeia pelas ruas e se delicia com vitrines de luxo
Como são atrativas essas novidades que surgem em nosso caminho
Como são saborosas as flores do passado que se mantém sempre frescas, saborosas
As mulheres possuem um encanto que me assusta e me rende
Eu não teria como não amá-las, pois sou fã do que todas elas são
Menos de mim
Porque a mulher que eu sou não se encaixa na perfeição onde todas as mulheres se encontram, endeusadas
Minha falta de egocentrismo me faz enxergar em cada mulher um novo universo
E em mim, apenas uma parte da parte que se partiu e que está prestes a partir desse mesmo universo

Por isso devo alertá-lo:
Caso não sejam falsas as suas palavras de ternura para os meus ouvidos puros
Que tome consciência de que não há em mim raridade alguma
Nenhum diferencial ou encanto incomum, excêntrico, exótico
Você pode ter rubis e esmeraldas
Mas eu sou apenas um quartzo.

Chica Blanco.

domingo, 2 de janeiro de 2011

Olha o que o amor faz...

Onde uma vez a lua
Era apenas uma pedra girando no céu
Onde uma vez as estrelas
Eram apenas pequenos pontos de luz
Agora, a lua parece
brilhante pérola do céu
Agora as estrelas - eles se parecem
janelas em um outro mundo

Olha o que o amor fez pra mim
Olha o que o amor fez
Há poesia em tudo que eu vejo
Olha o que o amor fez
E meu coração está dançando
através de cada dia
Minha alma está solta
Olha o que o amor fez para mim

Onde uma vez a cada respiração
Foi apenas um suspiro de dor vazio
Quando uma vez eu quase não sentia
A batida no meu peito
Agora, cada respiração parece
Um beijo precioso da vida
Agora dentro de mim sinto
bater as asas de mil borboletas

Olha o que o amor fez pra mim
Olha o que o amor fez
Isto deve ser como ele é concebido para ser
Olha o que o amor fez
E meu coração está dançando
através de cada dia
Minha alma está solta
Olha o que o amor fez para mim

E eu não posso dizer...mas
Era o som de um doce violino?
Ou você falou?
E caiu um relâmpago onde estou?
Ou você simplesmente chegou e pegou em minha mão?

"PARA 2011 AMOR"