sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Foi Apenas Um Passatempo II

Até que uma hora não deu mais pra fugir e ele estava determinado a ficar comigo. Eu não estava com interesse algum nele, confesso. Fui lá fora e ficamos nos beijando abraçados e conversando, mas eu estava em outro planeta naquele momento, enquanto isso, ele me contava que era militar (eu quis rir, sempre achei muito brega essa parada de ser militar), que nasceu no Rio de Janeiro, que foi aos 8 (se não me engano) para a Bahia, que fez isso, aquilo, aí estava morando no Paraná, mas depois iria para Minas, onde estava morando antes e etc. e tal. História complexa, que ouvi apenas porque gosto de histórias longas e aparentemente chatas, mas não entendi boa parte do que ele falou. Na primeira oportunidade que teve, pediu meu celular, meu e-mail, meu Orkut e ficou insistindo para saber se eu me chamava Fernanda mesmo, se não tinha dado outro nome pra ele... Que rapaz estranho!Vem cá, pra quê eu iria dar um nome errado num país com milhares de Fernandas dando sopa? E o interesse dele por meus contatos?Eu tava vendo a hora de ter que dar meu CPF pro rapaz! (Risos) De repente, um amigo dele se aproxima. Não achei que daria em boa coisa, pois, apesar de não ser preconceituosa, aquela cara de micareteiro-funkeiro dele ao se aproximar me deu certo receio. Pois é, ele quase estragou tudo o que já nem estava ótimo. Veio e começou a tentar me convencer a alguma coisa, não sei se a sair dali com o rapaz ou se a ficar com ele direito (só deu pra sacar que ele queria que o amigo me comesse), então ele ficou falando que eu estava com um cara foda, que ele tinha 21 anos e já era sargento, que tinha futuro, que ganhava num sei quantos por mês e etc., então, após ouvir esta última parte, sorri e disparei um doce “não, mas dinheiro não é problema não, porque eu não tô mais cobrando pra essas coisas”. Ui, tá. Um pouco depois ele saiu (NÉ?) e eu fiquei bem mais incomodada com a proximidade, então falei que iria pegar mais uma cerveja e dei um belo de um perdido no rapaz que me acompanhava, mas logo depois ele me encontrou dançando com o meu irmão algum forró que o DJ soltou junto com as músicas da festa. É, tive que voltar a ficar com ele.

Ele tirou foto de nós dois. Não minha com meu irmão, mas minha com ele. Não sei se tinha que achar isso fofo ou ter medo, mas ele tirou foto de nós dois. E ficamos... Depois de um tempo, fomos para os fundos da festa, onde havia gente (inclusive meu primo, com uma bela morena), aí ele ficou achando que rolaria amasso ou coisa assim, mas nem mãozinha na bunda eu deixei ele colocar (não por achar que em primeira ficada não pode rolar isso, eu daria pra ele se estivesse afim, mas eu não queria nada disso, muito menos com ele), então começamos a conversar com meu primo e sua morena com corpo de passista. Confesso que a bebida contribuiu, mas eu queria deixar claro ao rapaz que ele ali não era tão importante e indispensável, então comecei a lançar um charminho para a moça, que correspondia, de um jeito safado que as passistas sabem fazer. Meu primo nem ligou, afinal, já me conhece e também já tinha ficado com outras naquela noite, então nem ligaria se eu pegasse sua passista emprestada. Papo vai, papo vem, os casais lado a lado conversando, então, por algum motivo que não lembro qual, ela puxou sua blusa e me mostrou seus mamilos. Não sei se o rapaz que estava comigo viu, mas eu tive ciúmes dele por alguns minutos e dei esporro. Po, a mulher mostrou pra mim, não pra ele! Ele estava COMIGO ali (egoísmo meu, tá, eu sei). Depois, acabei torturando um pouco mais o rapaz, ao ver passar um amigo do meu irmão que tirou a minha virgindade, ou melhor, que eu usei para perder a minha virgindade (levando em consideração que foi friamente calculada por mim), então comecei a falar com a morena a respeito disso e, se me lembro bem, acho que falei a respeito de o rapaz ser muitíssimo bem dotado também (não sintam vergonha por mim, eu já sinto sozinha, só de lembrar). O papo estava repleto de sacanagem entre os dois casais, até que a festa acabou, já eram quase 6 da manhã e meu irmão veio nos chamar.

Antes de entrar no carro, o tal rapaz ficou me beijando e beijando e beijando, então me ofereceu carona pela centésima vez e falou para irmos dar uma volta antes (uhum, tá, Cláudia, senta lá). Não preciso dizer que não topei,né? Um desconhecido e com um amigo daqueles, não dava pra confiar nem se eu tivesse um revólver carregado dentro da minha bolsa country... Mas, me deu uma coisa antes de ir, sabe? Eu não sei bem o que era, mas saber que naquele mesmo dia, mais tarde, ele pegaria um avião e voltaria para o Paraná foi muito estranho. Ele não pediria pra sair comigo no domingo a noite como os rapazes que conheci nos sábados da vida fizeram, ele não iria lá em casa para conversar comigo no portão, não ficaria tentando me convencer a ir com ele em um churrasco de amigos no final de semana seguinte...Ele iria embora. E fim.

Fui pra casa e dormi. Sem expectativas, sem nada de mais. Eu só dormi. Um pouco antes, ainda tentei visualizar o rosto do rapaz, na esperança de descobrir se ele era bonito ou não, mas eu não consegui fazer isso, ele não parecia bonito, ele não parecia feio, eu não consegui julgá-lo. Só lembrava de umas coisas doces que ele fez ou disse e tratei de tentar não pensar nisso demais, afinal, foi só uma pegaçãozinha de nada. Era ruim não saber da beleza (ou ausência de beleza) dele, porque isso sempre acontece quando encontro alguém, antes que acabe me apaixonando por essa pessoa.

E no dia seguinte, contando o ocorrido (com algumas censuras, claro) para a minha geradora, lembro apenas de ter dito no fim: “Eu só não gostei do nome dele, sei lá, nunca gostei de caras com esse nome...Bruno”.


Chica Blanco escreveu falando sobre Bruno Souza, seu namorado e surpreendentemente, o terceiro (e talvez, o último) amor de sua vida.

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