sábado, 8 de janeiro de 2011

Fullgás

Falavam sobre a brevidade dos relacionamentos. Tudo se tornou efêmero no mundo moderno, disse eu. Ele concordou. Na verdade, enquanto eu escrevia um tratado sociológico embasado em autores da área, ele só concordava. Eu não sei se ele não tava pra papo ou não queria dizer nada mais do que a concordância que encerra o assunto e acaba com o debate. Aliás, ele mesmo disse hoje que não era chegado a debates políticos e todo relacionamento é político.

Talvez, estejam discutindo os dois. Afinal de contas, foram efêmeros na vida do outro também. Numa semana, conversavam diariamente. Na outra, não existiam mais laços.

Contou pra ele do Baumann e ele diz ser um desinteressado. Ela, com certeza aplicaria isso a outras áreas da vida dele, mas seria um ranço de amargura boba de quem se sentiu desprezada. Ele é um bom rapaz. Nada que ela tenha conseguido decodificar e interpretar, mas bom. Acha ela que ele também não quis contar quem era pra ela. Agora, isso já não é mais importante.

Ela sentiu, nesse momento, um acréscimo de estima por ele. Estima boba, sem qualquer conotação sexual ou de qualquer outro tipo de relacionamento senão afetivo. Também deve ser efêmera assim como as conversas, as pessoas, os relacionamentos, os casamentos e eles dois.

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