Me maltrata, vai, me prende e me repreende nesse berço que me fez
Nessa prisão sentimental, física e psicológica que chama de “Amor”
Se é tão bonzinho assim, não me solta, não me dê esperanças de liberdade
Eu quero ser uma escrava eterna dessa nossa guerra que nunca acaba
A oportunidade aniquilada de qualquer reconciliação, eu quero a ausência do perdão
Da dívida eterna, interna, externa e com juros!
Eu quero que invada o meu país, mate o meu presidente e derrube os meus muros
Assim, sem delicadeza, sem palavras de conforto, sem escrúpulos
Deixe de lado sua dignidade fardada e esqueça qualquer lei que já inventaram
Seja expatriado, ateu, seja ingrato
Eu não quero conveniências e nem disfarces no seu modo de agir
Não precisa ter medo de me deixar com medo
Eu me apavoro facilmente mesmo
Você sabe, mas você não gosta, goste!
Eu não sou de cristal, eu sou de pedra, então não tenha pena
Porque eu não vou me desfazer feito uma onda, eu sou a própria maré
Não deixe de abusar, de morder, de pisar, de rasgar
Não se esqueça de não gritar, não deixe de gritar!
Porque eu adoro o seu descontrole controlado
O seu pavor de ser visto como um louco quando está acompanhado por uma desequilibrada
Você não pode aparentar surpresa com minha maluquice genial
Aja com naturalidade, quem manda aqui é você
Não me permita, não me ouça, não me conceda, me negue tudo
Eu não posso dar nenhum telefonema nem chamar o papai
Você é meu senhor, me comprou pelos meus dentes fortes e disposição
Então não me dê corda, não tenho esse direito, não me atrevo a pedir nada
Aceito calada, muda, paralisada
Mentira! Eu me movo, esperneio, berro, peço, imploro, eu ajo
Não me deixe fazer isso de novo, mas eu nunca vou parar
Adoro desfazer seus pedidos, porque eu quero ordens!
E eu digo que meu mundo é você
Enquanto te faço esquecer seu próprio nome
Repito, proclamo e invento mil formas de te excitar com meu português impecável
Com minhas piadinhas de sacadas invejáveis e minhas figuras criativas de linguagem
Te fazendo pensar que não quer mais nada na vida além daquele corpo
É tudo muito passageiro nesse mundo dos desejos, mas nada é impossível
Com minha cara de fragilidade e voz de cordeiro, te enlaço e desfaço o nó inteiro
Com a boca, com os dedos, com os olhos e qualquer canto de mim
Minhas armas eu carrego na pele, no me cheiro
Manda em mim enquanto é tempo, aproveite muito bem esses seus doces e livres momentos
Porque eu sou ambiciosa, porque eu tenho muita fome de você
E se eu te devorar, você não larga nunca mais.
Ô, namorado feliz esse!
ResponderExcluirBruno deve estar sorrindo, bobo...
Lindo, lindo, guria!
Eu que tenho sorte por ter ao meu lado um homem que me faz escrever assim, porque as palavras podem até ser saído de mim, mas sou movida a amor, logo, devo todo crédito a ele... Meu baiano.
ResponderExcluirUi ! isso é up, isso é quente ... isso é Chica Blanco no Pedaço minha gentemmmm!
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